Certo dia, D. Diogo Lopez saiu para uma caçada e a meio do seu caminho, depara-se com uma mulher muito formosa, que cantava lindamente.
- Quem sois vós, senhora? Quem sois vós que logo me cativastes? - pergunta D. Diogo Lopez.
Ela sorriu e respondeu:
- Sou uma dama tão nobre como tu.
D. Diogo Lopez, rapidamente se apaixonou perdidamente por ela e disse-lhe:
- Senhora, se casares comigo ofereço-te as minhas terras e os meus castelos.
- Guarda as tuas terras, que precisas delas para cavalgar! - respondeu ela.
- Que posso oferecer-te então para que sejas minha?
Ela não disse nenhuma palavra. De repente, estremeceu:
- A única coisa que me interessa, não ma podes dar porque foi um legado da tua mãe.
- E se eu te amar mais do que à minha própria mãe?
Esta disse-lhe:
- Nesse caso tens de jurar que não tornas a fazer o sinal da cruz que ela te ensinou em pequeno.
Este estranhou o pedido, mas estava tão apaixonado por ela, que exclamou:
- Seja como queres!
Dito isto D. Diogo levou-a para o castelo. Durante longos anos tudo correu bem, embora D. Diogo tenha reparado que a mulher tinha pés de cabra. Tiveram dois filhos, D. Inigo e D.ª Sol.
Certa noite ao jantar, devido à morte de um dos cães de caça de D. Diogo provocada pela cadela da sua esposa, D. Diogo esqueceu-se do juramento e benzeu-se...
Foi o suficiente, para a sua esposa se desmanchar em urros pavorosos, ficando a sua pele negra. A mulher parecia um animal horrendo, de boca torta e olhos revirados, erguia-se no ar levando debaixo do seu braço a sua filha D.ª Sol.
D. Diogo estava aterrorizado...
- A minha mulher é o diabo! - exclamou.
Dizendo isto, a mulher soltou o último grunhido e desapareceu por uma frecha junto ao tecto.
Desde esse dia nunca mais ninguém no castelo, tornou a pôr a vista em cima da mãe, da filha e da cadela. Desapareceram por artes mágicas.
D. Diogo desolado partiu para a guerra.
Lenda característica de PORTUGAL
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